Meu Id

   Para dizer o que seria o meu Id, pensei primeiro no que seria o Id. Isso até perceber que o Id não deve ser e nem é algo fixo, mas sabe-se que é o nosso eu sem regras.
   Mas então, quem é o meu eu? Quem sou eu?
   E sou? Como será que eu sei que sou? Como eu vou saber que eu realmente existo? Como vou saber que eu não sou uma ilusão que eu mesma fiz, vivendo num tempo inexistente e que tudo não é apenas loucura?
   Pois então, supondo que eu existo, o que sou? Apenas sei que sou. Mas, então, quem eu sou?
   Se tirar tudo e olhar para mim, sou ilusão iludida, que pelas lágrimas psicodélicas pressupõe-se que seria algo. Enfim, a ilusão psicodélica da existência do impossível realizado em cartas escritas pelo bendito destino, mas que escolhe por qual ótica seguir com a impossível existência psicodélica da ilusão.
   Em suma, eu sou minha história, no início do planejamento com uma rupestre pintura do desejo do plano imaginário que pretende satisfazer a loucura do presente que acha o pretérito imperfeito e pensa que é futuro do presente.
   Então, meus caros, diga-se de passagem que todas as coisas são possíveis ao nível do Id. E se o Id seria meu desejo, e se meu desejo é o meu prazer, e se meu prazer é meu e se o que é meu e que, assim como o prazer, é um sentido do sentimento do tatear pelo cego som dos sentidos, que sou eu, então o Id é a pessoa que sou.
   Portanto, meu Id não é fixo (e por que seria se durante a minha vida eu sou eu, mas sendo várias pessoas diferentes e que, entre si, são iguais na origem?).
   Então, meu Id é louco por tudo, quer tudo e constrói tudo. Ele é a montanha de chocolate com mashmallow, o jardim de bem-casado com strudel, o castelo de trufa e o rio de milk shake.
   É o chapeleiro do chá, o chá do tempo, o tempo da satisfação, a satisfação da uva, a uva da brisa, a brisa da Joana, a Joana da história, a história do desejo, o desejo da necessidade, a necessidade do inexistente, o inexistente juízo, o juízo do indivíduo, o indivíduo sem juízo, a vida atemporal, a atemporal felicidade, a felicidade de ser e o ser Id.
   Meu Id é a minha imaginação guardada na caixa que fica aberta e que é livre de preconceitos. E mesmo que não pareça, meu Id sempre aparece em algo que eu faça.
   Meu Id, por fim, e por ser meu, passa a ser eu. E eu? Bom, eu sou eu.



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