Beleza

   Se um personagem é bonito aos olhos de outro personagem, sua beleza física torna-se subjetiva.




   Esta foi umas das frases que eu achei mais fantástica da parte de Direção - Elenco, do livro "Criação de curta-metragem em vídeo digital - Uma proposta para produções de baixo custo", de Alex Moletta. O livro já é fantástico, e trata de um assunto que eu amo (Cinema, claro!). Mas eis que esta frase me aparece, pops-up. Pois te pergunto: quais pessoas, que você conhece, são bonitas? Você já apresentou para alguém, estas pessoas, e depois comentou à parte "Bonito(a), né?", mas seu receptor não concordou?




   Pois é: parece que esta subjetividade de fato é real. Mas, afinal, o que torna um pessoa bonita? Apenas a sua aparência física, apenas o seu "interior" ou ambos?  Sabemos que, após um pouco de análise de gregos e outras sociedades clássicas, viu-se que quanto mais simétrico era o rosto e o corpo de uma pessoa, mais bela ela se tornava. Essa regra vale, inconscientemente, até hoje. Quem acha que a proporção entre o nariz e o restante do rosto não está perfeita, apela para a cirurgia plástica (o que já não é novidade para a atual mania que começa cedo, especialmente para as meninas).



   Mas é importante enfatizar que não é a cirurgia plástica que vai te deixar mais bonito(a): existem outros fatores considerados por todos nós após ver se uma pessoa é fisicamente bela. Ainda temos: postura, jeito de andar, autoestima, jeito de falar, o modo de pensar, o que a pessoa preza por, etc. Um ato de solidariedade, amizade ou humanidade pode tornar uma pessoa em belíssima aos olhos de alguém. 



   E afinal: por que comecei um assunto destes? Porque nesta semana eu tive um pequeno exemplo disto que estou falando. Estava indo à pé para a a faculdade, pensando em coisas aleatórias. Na calçada, pessoas dos mais diversos estilos passavam ou esperavam por alguém. Passei pela banca, por uma casa, um prédio e muitas árvores pequenas. Até que, próximo de passar por mais um portão de mais uma casa, um homem parece querer cruzar a calçada (de ponta a ponta, de fato). Parei dois instantes para saber o que ele iria fazer, assim ninguém se atropelaria. Ele carregava um saco plástico preto nas costas. E contrariando qualquer suposição que eu tinha feito anteriormente, ele parou na ponta da calçada e foi mexer num lixo, à procura de uma ou mais latas. E ao invés de simplesmente ficar com aquela desconfiada e brava, cara de poucos amigos, ele olhou para mim e disse "Desculpe a feiura. Boa faculdade para você", e sorriu. O que mais poderia eu fazer além de sorrir de volta agradecendo?



   Se me perguntar qual era a aparência dele, os aspectos físicos, vou saber no máximo dizer a altura, aproximadamente. A partir daquele momento, não me interessou saber se ele era feio ou bonito, porque a ação dele foi surpreendentemente legal, bela. Sem pensar duas vezes, ele tornou-se um ser humano belo.


Curta o Anônima Mais Conhecida no Facebook!

Comentários

Postagens mais visitadas