Pensamentos aleatórios

   Ficar refletindo aleatoriamente sobre coisas que podem simplesmente surgir do nada na cabeça é muito gostoso. Ontem, a primeira coisa que comecei a pensar foi naquilo que estava vendo: andando de moto, na garupa, com imagens e movimentos e sons e luzes bombardeando. E quando se abre os braços no meio caminho, é como voar. Andar em qualquer veículo terrestre é como voar: seus pés não estão pisando no chão, e se tirássemos a imagem do veículo, estaríamos todos flutuando. Posso dizer, com toda propriedade, que voar de braços abertos é fantástico! E então me vem mais um pensamento: como pode, enquanto esto observando e analisando as coisas, o ambiente, a rua, ter tantas ideias de textos e coisas do tipo e, no entanto, ao sentar à frente do computador fico perdida no que escrever? Simples assim: já vi tantas situações, e filmes, e tanto, mas as palavras não me ocorrem ou materializam-se por si só na tela branca.




   Justo elas, que nos deram o poder de poder pensar. Opa: lembrei de uma sequência de pensamentos que tive a respeito! Ao menos em algum momento, não é mesmo? Faço faculdade de cinema (produção audiovisual) e isso, em geral (ao dizer o curso que se faz) já deveria dizer tudo, mas não diz. Cinema é imagem. Imagem e som. Mas quando digo som, não quer dizer que são diálogos, mas sons de fato (ruídos, músicas). E mesmo que um curta ou lenga metragem não possua sequer 1 única palavra, ele é palavra. Quando se vai comentar com alguém o filme visto, conta-se em palavras. Quando se passa o roteiro para a câmera, transforma-se palavras em imagens. Acredito que o estopim para a nossa evolução, de fato, tenha sido a palavra. Como pensar, expressar-se e comunicar-se sem a palavra? Por sons, gestos e ruídos? Mas eles, além  de serem palavras, sozinhos são subjetivos demais, e limitados também. Palavra: a coisa mais bela. Afinal, ela está em todo lugar. Até mesmo o silêncio possui palavra. Silêncio é palavra, e por si só o é e somente isso o materializa.




   Pois muito bem: faço cinema. E quando falo isso, há uma lacuna: como eu faço? O que faço? Em suma: portfólio  por favor! E é, então, que se faz o caminho reverso: toda palavra possui ao menos uma imagem. E assim, infinitamente, tudo numa teia imensa e infindável, tudo é tudo, em tudo, por tudo, com tudo, ao tudo.
   Por fim, finalizo dizendo uma constatação que foi materializada, de fato, apenas depois de entrar na faculdade: posso ter passado pelas ruas de São Paulo um milhão de vezes, mas é apenas quando se está por si só, caminhando e conhecendo e relacionando-se com as pessoas, é que se compreende uma cidade, uma cultura e, ouso dizer, a si mesmo. Passar e permanecer.




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