Lembra?

   Qual a sua primeira memória? O que na sua infância foi mais marcante? O que você sempre fazia? O que você ficava fazendo o dia todo?
   Lembranças são coisas nostálgicas e, ao mesmo tempo, gostosas. A gente pode passar horas falando sobre questões bobinhas da infância, como eram os programas, os brinquedos e etc. Além de ser incrível, este costume, ele é generalizado: não importa idade, localização geográfica, época ou companhia, se um começar a desembrulhar lembranças, todos irão atrás. 




   E aí, de repente, as lembranças começam a se confundir, a memória se cruza e você se pergunta: o que foi que realmente aconteceu mesmo? Confundir lembranças é mais do que comum, mas aí vem a coisa mais complicada de toda essa história: até onde as suas lembranças são realmente suas?
   Apesar de tudo, não estou falando besteira e você pode ter certeza disto. Basta pensar na seguinte situação: vamos supor que a primeira coisa da qual você se lembra é de estar, enquanto ainda era um bebê, construindo um castelinho com bolachas. Vamos um pouco mais à fundo: quando você tinha 15 anos você se lembrava disto? E quando tinha 8 anos? E quando tinha 5 anos? E quando tinha 3 anos? Provavelmente você pode não se lembrar desta situação por si só, e sim porque seus pais te contaram deste fato em algum momento da sua vida, e recontaram e recontaram, até que você, hoje, tenha esta lembrança tão viva que quase se vê fazendo o tal castelinho.




   Nós somos muito sugestionáveis: quando não nos lembramos de algo perfeitamente bem, substituímos por outra memória que se aproximasse daquilo, ou do que fizer mais sentido para nós e, à medida que é falada, ela torna-se real. A construção de um castelinho de bolachas pode ter acontecido, mas você se lembra tão bem por ter, provavelmente, criado o cenário, a situação e tudo o mais que fosse visual para que aquilo se tornasse uma lembrança real. Isso acontece e é normal. Tão normal quanto fácil de acontecer.
   Agora, e quanto às mentiras bem contadas? Você já chegou a se confundir tentando distinguir aquilo que era a mentira daquilo que realmente tinha acontecido? 




   Eu não tenho a menor pretensão de, neste post, tentar explicar o por que de cada uma destas questões tão curiosas, mas precisava colocar aqui um pouquinho das interrogações que me surgem dia após dia. De fato, seria fantástico se eu pudesse explicar cada fenômeno, cada caso, mas nem sempre saber tudo é a melhor opção. Às vezes, não saber de coisas como essas fazem a vida e o mundo ficarem mais interessantes. Deixar que as coisas venham mostrando suas razões por si só já faz com que valha a pena cada interrogação que surge.
   E para finaliza, três filmes que envolvem sonhos e, consequentemente, memórias que adoro:






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