Amante
Tal qual encantadores de passageiros,
Tal qual amores passageiros,
Tal como nostalgia,
Tal melancolia orquestrada,
Enquanto minh'alma pedia açúcar,
Tuas ondas frequenciavam ao mesmo tom que as minhas
E ecoavam em camadas os passos de teus pensamentos
Onde o desejo infinito abstraía-se.
Sob colunas e linhas concretadas,
Em pisadas ansiosas, em olhos curiosos,
Em ouvidos embriagados,
A menta alucinava deliratemente sobre a poesia estampada nas paredes,
Enquanto soava a orquestra de dois.
Ecoava, ecoava e ecoava o que a liberdade pedia.
Ecoava e ecoava o que queria da liberdade, ecoava.
Ecoava minha ânsia ecoava liberdade, ecoava, sobre a vida.
Arranhavam as cordas, ecoava, seduziam com notas, ecoava e ecoava.
Penetrava amor no poro da ansiedade assim que emergia a superfície, ecoava, ecoava e ecoava.
Ecoava em meu peito, dentro do alento que aguardava.
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