Fita de cinema - Capitão Fantástico

   Em tempos malucos como estes, achei que era uma boa ideia colocar em pauta um filme tão profundo, denso e belo como este, que consegue abordar temas que, para alguns, caminha num limbo entre o tabu e o respeito: educação/criação das crianças durante a infância, vontade/decisão que as crianças tomam a esse respeito, morte, luto, o respeito da decisão póstuma de despedida do corpo de um morto... Uffa, acho que é isso!!
   Então, senhoras e senhores, eu , orgulhosamente, vos apresento ao Capitão Fantástico!


   Com direção e roteiro de Matt Ross (o mesmo diretor de "O aviador" e "Abaixo o amor") e indicado a quase 20 premiações (incluindo o Oscar e Globo de Ouro), o filme foi altamente reverenciado a aclamado tanto pelos críticos de cinema (e cineastas) quanto pelo público! Ou seja: o filme é realmente incrível!


   Tudo começa no meio da floresta, quando um rapaz atinge um animal (seria um cervo? Fico na dúvida da espécie específica, mas enfim...) e ocorre, em seguida, um tipo de cerimônia breve em que o rapaz é posto como um homem: maduro o suficiente para conseguir caçar seu próprio alimento com sucesso. As cenas seguintes mostram diversas crianças fazendo o trabalho de desossar o bicho e retirar o couro e cortá-lo em diversos pedaços para seu armazenamento.




   Nos primeiros minutos do filme, então, somos apresentados a uma sociedade que mistura os rituais e o respeito à vida selvagem própria de tribos primitivas, o acesso ao conhecimento e o sério empenho em aprender os conhecimentos criados e adquiridos ao longo dos séculos pela raça humana, a importância de se permitir o desenvolvimento individual de cada ser que compõe aquela pequena sociedade afastada das civilização urbana e, por fim, a melancolia da falta que um dos membros daquela pequena sociedade vem fazendo no dia a dia de seus indivíduos.



   Apesar de nestes primeiros minutos chegarmos a duvidar dos benefícios das condições sob as quais as crianças vivem e são expostas, logo vemos o quão seguras de si elas acabam se tornando quando surge o primeiro embate: o capitão Ben (pai das seis crianças sendo que são um rapaz já na fase de um jovem adulto, duas gêmeas adolescentes, um garoto na fase de um pré-adolescente e duas crianças de fato) anuncia que a mãe deles, que acabara de morrer, será velada e enterrada nos dias que estão por vir, mas a mãe havia escrito, em seu testamento, que desejava que fosse feita uma festa em homenagem a sua vida! Num impasse entre Ben fazer os filhos aceitarem que não havia nada que pudessem fazer para mudar aquela situação (por conta do risco que correriam de Ben perder a guarda dos filhos pelas condições nas quais viviam) e as crianças quererem fazer a vontade da mãe rola uma argumentação incrível e bem bolada por parte dos filhos e Ben cede: inicia-se a missão de resgate à mãe!



   E durante o tal resgate acontecem diversos momentos de tensão por conta do choque entre a cultura que a família acabou criando e vivendo à parte da sociedade civilizada urbana: marcas, mercados, produtos midiáticos e opiniões. Entre toda esta loucura, existe uma emoção intensa que permeia cada um dos personagens neste caminho de auto-descobrimento e a tentativa de se construir um respeito mútuo entre as crenças e culturas de cada instituição social/ sociedade, ao invés de permanecerem num embate sem solução possível por terem construções e hábitos completamente diferentes, apesar de serem da mesma espécie ou mesmo de serem da mesma família (por conta das origens familiares e, portanto, dos sobrenomes que carregam).




   Enfim, é muito curioso ver a forma como se dão as relações e ações de cada grupo social e de cada indivíduo nele atuante. E bora conferir a trilha sonora sensacional composta por Alex Somers (clique aqui para conferir a playlist completa no YouTube):




   E como já de praxe, bora conferir a sinopse feita pelo Adoro Cinema:

   "Ben (Viggo Mortensen) tem seis filhos com quem vive longe da civilização, no meio da floresta, numa rígida rotina de aventuras. As crianças lutam, escalam, leem obras clássicas, debatem, caçam e praticam duros exercícios, tendo a autossuficiência sempre como palavra de ordem. Certo dia um triste acontecimento leva a família a deixar o isolamento e o reencontro com parentes distantes traz à tona velhos conflitos."



   E como a melhor parte sempre é preferível que fique no fim, aperta o play pra conferir o trailer do Capitão Fantástico:


   E pra quem quiser conferir um pouco mais sobre este filme, clique aqui e aqui para conferir o Making Of dele!! É isso: espero que tenham gostado da dica!!


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